Governador reeleito, Ibaneis vai priorizar a saúde no segundo mandato

3 de outubro de 2022

Emedebista surpreende e vence as eleições no primeiro turno. “Vou mexer muito, e melhorar”, destacou o governador. Sobre Damares, disse que a nova senadora será uma “grande apoiadora do Distrito Federal”

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi reeleito para mais quatro anos de mandato no Palácio do Buriti. O emedebista superou as expectativas criadas pelas pesquisas e obteve 50,3% dos votos válidos ontem — número que definiu a vitória do candidato no primeiro turno. Leandro Grass (PV), da federação PV-PT-PCdoB, ficou em segundo lugar, com 26,25% da preferência do eleitorado do DF. Na sequência, apareceu o empresário Paulo Octávio (PSD), que teve 7,47%, seguido do Coronel Moreno (PTB), com 5,68% — nome que surpreendeu, por ficar à frente dos senadores Leila do Vôlei (PDT), que conquistou 4,81%, e Izalci Lucas (PSDB), com 4,26%.

Pela quarta vez consecutiva, o Distrito Federal foi a primeira unidade da Federação a totalizar os votos, às 20h37. As forças de segurança pública da capital do país colocaram quase 12 mil policiais em todos os 610 locais de votação.

Em meio a apoiadores no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Ibaneis garantiu que vai priorizar a saúde durante o segundo governo. “Vou mexer muito, e melhorar. Tenho muita confiança de que temos totais condições de dar mais saúde para a população, (deixar a situação) muito melhor do que temos hoje”, prometeu no discurso da vitória. Ele também destacou as dificuldades que enfrentou nos primeiros anos à frente do Executivo local. “Tivemos uma pandemia que atrapalhou muito o que a gente tinha de propósito para o DF, mas conseguimos avançar muito na cidade. Então, estou muito feliz. Acho que a vitória é o resultado do trabalho feito”, comentou.

Questionado se fará mudanças na equipe para o próximo mandato, Ibaneis acenou positivamente, porém, não deu pistas de quais secretarias e outros órgãos do GDF estão na mira. “Precisamos mudar, até porque é um novo governo. Nós precisamos renovar e temos de avaliar as forças políticas construídas ao longo desta eleição e, a partir disso, vamos escolher as pessoas que vão caminhar conosco”, frisou.

Ibaneis também foi perguntado se cumprimentou Leandro Grass — principal adversário no pleito — após a divulgação do resultado. “Ainda não. Mas acho ele um bom político, uma pessoa honrada”, elogiou. Porém, o emedebista deixou claro a decepção com o adversário durante a corrida eleitoral. “Ele fez um trabalho ruim durante a campanha, atingiu muito a honra das pessoas. Foram 25 ataques que ele fez (contra mim), que foram retirados pela Justiça Eleitoral”, lembrou.

O chefe do Executivo local afirmou que Grass fez um trabalho negativo para a política da cidade. “Por isso, quero que políticos dessa natureza sejam afastados do DF. Precisamos de um bom trabalho e uma boa administração. Quem quer administrar Brasília, não pode ter políticos de uma qualidade tão ruim como foi o Leandro Grass (durante a campanha)”, reforçou.

O governador reeleito ainda comentou sobre os resultados das eleições para presidente da República e para o Senado. Em relação ao Palácio do Planalto, Ibaneis se disse tranquilo, independentemente de quem for eleito no segundo turno. “Acho que a eleição presidencial está transcorrendo da melhor maneira possível. Vamos aguardar o resultado, espero que seja o melhor para o Brasil”, afirmou, ao destacar que o resultado para o Senado foi “o que a população quis”. “Os eleitores escolheram Damares, e acho que ela entrou na campanha de uma maneira muito positiva, colocando a proposta dela. Faltou isso, talvez, para a Flávia (Arruda), mas eu estou tranquilo e penso que a Damares será uma grande apoiadora do Distrito Federal.”

Oposição

A votação para a Câmara Legislativa do DF surpreendeu ao ter três distritais de esquerda como os mais votados: Fábio Félix (PSol), Chico Vigilante (PT) e Max Maciel (PSol). Felix, inclusive, foi o parlamentar com maior apoio de brasilienses da história da CLDF: 51.792 eleitores. Com esse cenário, a relação de Ibaneis com o Legislativo local pode ser ter mais entraves na segunda gestão, na comparação com o primeiro mandato. É o que aponta a cientista política Julia Cássia. “Mas, (não será) nada gritante. Ele precisa entender que a base, certamente, vai diminuir, e que terá de ter um pouco mais de jogo de cintura. No primeiro biênio da CLDF, ele teve muita facilidade de dialogar, porque tinha uma base muito forte e grande. Já no segundo (biênio), não houve tanta habilidade política para lidar com a oposição.”

A especialista avalia que, apesar da força da esquerda, Ibaneis acumula apoio considerável na casa. “A bancada do governador tem 12 dos 24 eleitos, e acredito que vá conseguir apoio de mais candidatos. Apesar da ascensão da esquerda, quando analisamos de forma macro, a direita mantém suas bases. Ibaneis terá uma oposição mais jovem e militante. Ele tem uma base que não é fraca nem pouca, mas não é o caso de ter total facilidade para passar o que quiser, então terá de fazer um esforço mínimo para trazer mais pessoas para a base, ou, pelo menos, manter diálogo constante com outros partidos próximos”, analisa.

Votos para governador

Total: 1.807.484 votos

Comparecimento: 1.807.484 (82,39%)
Abstenção: 386.299 (17,61%)
Votos válidos: 1.655.043
Nulos: 86.099 (4,76%)
Em branco: 65.969 (3,65%)
Anulados sub judice: 373 (votos em candidatos com aprovação pendente na Justiça)

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Fonte: Correio Braziliense

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