Hotel social, que oferece pernoite a pessoas em situação de rua, tem mais de 16 mil acolhimentos em três meses

27 de outubro de 2025

Espaço pioneiro no Distrito Federal foi inaugurado em julho deste ano; aberto todos os dias, ele oferece lugar para dormir, tomar banho e fazer as refeições, além de aceitar animais de estimação

Três meses após a inauguração, em 23 de julho deste ano, o hotel social do Distrito Federal ultrapassou uma marca importante: a de 16 mil atendimentos. Até esta segunda-feira (27), o total de acolhimentos registrados no local foi de 16.026.

“Sabemos da importância desse tipo de serviço e ultrapassar 16 mil atendimentos em apenas três meses de inauguração reforça a necessidade de espaços como este, que oferecem mais dignidade às pessoas em situação de rua”, destacou o secretário-chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, coordenador do Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital Para a População em Situação de Rua no DF.

O GDF oferece transporte saindo da Asa Sul para quem quiser ir para o hotel social | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), o hotel social, que é o primeiro do tipo no DF, oferece 200 vagas para pernoite da população de rua e também de seus animais de estimação. O espaço fica aberto das 19h às 8h e os visitantes têm, além do local para dormir, banho quente e duas refeições — jantar e café da manhã. Também são disponibilizados ônibus para quem deseja chegar ao local, saindo do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), na Asa Sul.

“Mais do que proporcionar banho, refeições e uma noite de sono, a estrutura, graças ao trabalho de nossas equipes de assistência social, se tornou uma porta de entrada para políticas públicas de longa duração voltadas a essas pessoas”

Gustavo Rocha, secretário-chefe da Casa Civil

“Mais do que proporcionar banho, refeições e uma noite de sono, a estrutura, graças ao trabalho de nossas equipes de assistência social, se tornou uma porta de entrada para políticas públicas de longa duração voltadas a essas pessoas. Seguimos avaliando os pontos a serem aprimorados e estudando a possibilidade de expandir o projeto, que, além de acolher os usuários, também permite o pernoite de seus animais de estimação”, acrescentou Gustavo Rocha.

O investimento anual por parte do Governo do Distrito Federal (GDF) é de R$ 7,4 milhões, com contrato de cinco anos, prorrogável por igual período. A administração está a cargo de uma Organização da Sociedade Civil (OSC). O equipamento é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF).

“O hotel social tem garantido acolhimento com dignidade e respeito às pessoas em situação de vulnerabilidade. É um espaço que representa a presença do Estado de forma humana, com equipe técnica preparada para oferecer não só abrigo, mas também escuta, orientação e apoio para que cada pessoa possa seguir com mais autonomia”, reforçou a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. “Esse resultado mostra que quando o poder público se organiza e age com empatia, é possível transformar a assistência social em uma verdadeira política de oportunidade e dignidade.”

Acolhimento

O DF foi a primeira unidade da Federação a apresentar um plano de política pública após a suspensão das ações de abordagem à população de rua pelo STF

O Distrito Federal foi a primeira unidade da Federação a apresentar um plano de política pública após a suspensão das ações de abordagem à população de rua pelo Supremo Tribunal Federal. Em 27 de maio de 2024, o GDF tornou oficial o Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua, sob coordenação do secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha. Desde então, há ações semanais de acolhimento em diversos pontos do DF.

Em julho deste ano, a vice-governadora Celina Leão, então em exercício, assinou decreto que criou o programa Acolhe DF, que propõe uma busca ativa e oferta de tratamento a pessoas em situação de rua com vício em drogas — tanto as ilícitas quanto álcool e tabaco —, criando uma linha de atendimento a essas pessoas e, consequentemente, aprimorando as ações já existentes do GDF voltadas a esse público.

Além disso, desde 2022, o governo promove, em períodos de baixas temperaturas, a chamada Ação contra o Frio, com oferta de espaços públicos para pernoite de pessoas em situação de rua. Apenas neste ano, a unidade aberta na Asa Sul registrou 6,6 mil atendimentos. No local, também foram oferecidos casacos e cobertores arrecadados por meio da campanha Agasalho Solidário, da Chefia-Executiva de Políticas Sociais.

Por

Fernando Jordão, da Agência Brasília

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